Desde sua chegada em nossas vidas, há cerca de 3 meses, a COVID-19 revirou a vida de todos, alterou setores de forma permanente e redefiniu o que torna uma empresa resiliente.
Por todo o terror que espalhou, essa pandemia destacou os aspectos da cultura de equipe que permitem a alguns prosperar, enquanto outros acabam ficando para trás.
O sucesso e a capacidade de reagir andas juntos
É fácil sentir que você montou uma equipe reativa e digital quando segue seu próprio roteiro, executando iniciativas que foram desenvolvidas internamente e que receberam aprovação meses atrás.
Infelizmente, a criação de um produto incrível não sobrevive no vácuo. O verdadeiro teste acontece depois de seu produto chegar ao mundo exterior, quando sua equipe precisa se adaptar.
Durante a gripe espanhola de 1918, quando multidões foram estimuladas a ficar em casa o máximo possível, as pessoas presumiram que esse seria o momento do telefone comprovar seu valor insubstituível. Porém, em vez disso, os operadores de telefonia estavam tão suscetíveis à gripe quanto qualquer outra pessoa, e eram em grande parte incapazes de trabalhar. Como resultado, as empresas de telefonia imploraram ao público para que evitasse fazer chamadas desnecessárias. Dois anos mais tarde, o telefone automático foi desenvolvido.
Não se espera que os setores prevejam esses tipos de eventos, mas, com a cultura e a estrutura de equipe adequadas, mudanças repentinas podem ser usadas como uma oportunidade para se adaptar, testar e aprender sobre seu mercado. Ao longo da história, algumas das transformações digitais mais impactantes tiveram menos a ver com o que foi criado, e mais com a forma como as equipes reagiram.
Montando uma equipe preparada para o inesperado
Ao montar uma equipe tendo a agilidade em mente, a estrutura e a cultura certas precisam estar em vigor para alavancar sua capacidade de pressentir e responder rapidamente. Capacitar sua equipe com as ferramentas que lhe permitem reagir rapidamente quando ela pressentir uma mudança no mercado, nas atividades dos compradores ou nas necessidades dos clientes pode ser uma forte vantagem competitiva.
Na monday.com, manter uma mentalidade de startup tem sido prioridade fundamental enquanto crescemos e nos espalhamos. Uma das partes mais importantes para manter isso é nossa capacidade de reagir rapidamente a mudanças de prioridades ou eventos inesperados.
No processo de montagem de nossos times, aprendemos que existem dois princípios orientadores fundamentais para os líderes seguirem, a fim de ajudar suas equipes a lidar com mudanças de eventos não planejadas:
- Capacite equipes a tomar decisões autônomas
Um dos fatores mais importantes da resposta ágil é a velocidade — e a criptonita da velocidade é a hierarquia.
Isso não é novidade para muitos gerentes. Eles podem fixar cartazes no escritório que dizem: “Não faz sentido contratar pessoas inteligentes e dizer-lhes o que fazer…” Porém, é na hora de implementar essa filosofia que a maioria das empresas fica perdida. Conceder poder autônomo de veto aos gerentes de equipe pode parecer um grande risco, mas é um risco que garante frutos por muito tempo à frente.
Quer saber qual é a melhor maneira de garantir que sua confiança não guie você rumo à direção errada?
Alinhe todos em torno de um mesmo objetivo
A autonomia é eficaz somente quando se tem uma direção clara. E, quando você está tentando fazer uma mudança repentina e ampla, é difícil causar um impacto real sem o compromisso de todos os envolvidos.
Garantindo o compromisso de toda a organização
Em nosso caso, a comunicação direta de nossos fundadores e de toda a liderança da empresa esclareceu onde devemos investir nosso tempo. Ao estabelecer que estávamos fazendo uma mudança de prioridade em toda a empresa, conseguimos nos unir sob o objetivo comum de reagir à COVID-19, com a confiança de que nenhum recurso deve ser alocado em iniciativas que não sirvam a esse objetivo. Ao unir toda a empresa, reduzimos a confusão interna e interesses conflitantes, e dedicamos os recursos necessários para fazer uma mudança.
Desenvolvendo uma mentalidade ágil
De acordo com uma pesquisa realizada pela Mckinsey & Company, “os fatores mais importantes para o sucesso são a medida em que a inovação está integrada à estratégia corporativa e em que os líderes da empresa apoiam e se envolvem com os esforços de inovação”. Isso significa que você não precisa de uma divisão de inovação, mas de uma mentalidade inovadora que requer confiança nos gerentes para que usem seu próprio discernimento.
Confiando em sua equipe
Capacitar líderes para tomar decisões autônomas requer clareza sobre objetivos amplos — como um foco maior em uma missão individual, uma “métrica estrela guia” em direção à qual você sabe que está sempre trabalhando, além de KPIs claramente definidos. Mesmo em tempos de crise, você pode definir um objetivo principal de grande escala e alinhar sua equipe em torno dele. Deixe-os descobrir como alcançá-lo.
Uma vez dotado desses objetivos gerais, os gerentes podem então usar seu próprio senso de discernimento para fazer escolhas diárias. Sem essa autonomia, podem enfrentar desafios– buscando por respostas, em vez de resolver problemas. Isso se torna ainda mais evidente quando as equipes são distribuídas e se veem incapazes de localizar o tomador de decisões no escritório para obter uma aprovação rápida. Quando cada decisão envolve uma videoconferência de 30 minutos, garantir o êxito das iniciativas pode levar semanas e afetar significativamente o impacto que as equipes podem fazer.
- Busque a verdade, e não o que você quer ouvir
Depois de reunir sua equipe em torno de um objetivo claro e confiar em seus líderes de equipe para tomar as decisões importantes, você deve aceitar que sua primeira reação nem sempre produzirá o resultado desejado. Para encontrar o que realmente funciona, esteja pronto para aceitar a realidade da situação — mesmo que isso signifique que você não vai gostar do que precisa ser feito.
Como descobrir a verdade? Descobrimos que você deve:
Preparar-se para aceitar os resultados recebidos
Após realizar inúmeros testes e investir recursos significativos, pode ser difícil ver os resultados como eles realmente são. Se sua reação inicial não ressoar da maneira que você esperava, isso não será um fracasso, mas uma chamada para seguir mais fundo e tentar novamente. Mesmo que não informem o que você queria saber, os dados baseados em testes fornecerão insights incríveis sobre os desejos e necessidades dos seus compradores — é sua responsabilidade tomar providências a respeito deles.
Tenha um plano Q
Os planos A e B são obrigatórios, mas você precisa estar pronto para testar, testar novamente e testar mais uma vez todas as variáveis possíveis em sua busca para encontrar o que seu mercado está procurando.
Para nós, nosso plano A parecia um pouco desta forma: com um objetivo claro a partir da liderança em torno do trabalho remoto, imediatamente começamos a investir recursos significativos para reagir rapidamente. Cada equipe decidiu como poderia fazer sua parte em nossa reação à COVID-19 — elas definiram seu papel, atribuíram responsabilidades e seguiram em frente.
Reunimo-nos em torno de nossas iniciativas criativas, debatemos sobre o valor que poderíamos oferecer aos usuários durante o período de dificuldade, fizemos uma mudança radical na comunicação, no mix de canais de marketing, no roteiro de produtos e na abordagem de vendas, e criamos novos testes da A/B para praticamente tudo o que era novo.
Também criamos um banco de modelos úteis que suportam trabalho remoto e WFH (Você pode encontrar muitos deles aqui). Por exemplo, este modelo ajudará na criação de um plano de trabalho eficiente enquanto se trabalha em casa:
Conheça nosso template de plano de trabalho remotoSiga os dados
Apesar do nosso desejo de compartilhar que nossos compradores reagiram exatamente como esperávamos, nossa mudança radical não aconteceu exatamente como prevíamos. Os clientes notaram e apreciaram nossos esforços, e reconheceram o suporte que oferecemos e o conteúdo que criamos para ajudá-los durante este período difícil. Porém, no final, apesar das circunstâncias sem precedentes, as empresas estavam enfrentando os mesmos problemas antigos – falta de transparência, responsabilidade indefinida e outros. Eles apenas estavam sendo agravados pelas circunstâncias do trabalho remoto.
Tivemos que aceitar a verdade: nossa comunicação precisava mudar — mas não da maneira drástica que esperávamos. Ao realizar uma série de testes em diferentes equipes, fomos capazes de tomar decisões baseadas em dados e integrar rapidamente nossa comunicação antiga a aspectos daquilo que aprendemos, a fim de concentrar nossos recursos no que funcionou, e não necessariamente onde nos esforçamos mais. Embora nossa comunicação tenha voltado ao ponto de partida, a adaptabilidade e a capacidade de resposta de cada equipe resultaram em avanços incríveis em nosso produto — como o lançamento de 20 aplicativos de trabalho remoto, a mudança em todo o nosso roteiro de produtos e a expansão dos nossos processos de RH.
Aplicando a lógica da crise pós-corona
Uma pandemia global é um exemplo extremo de algo que ocorre em uma escala menor o tempo todo. As necessidades e expectativas dos compradores estão em constante mudança, e não se espera que ninguém antecipe o próximo grande evento. No entanto, as empresas podem assumir um papel ativo na capacitação de seus líderes e na implementação de uma cultura e estrutura corporativa que sejam capazes de se adaptar ao inesperado — permitindo que sua força de trabalho reaja rapidamente, com criatividade e flexibilidade, ao que quer que possa surgir.